quinta-feira, 29 de junho de 2017

Carta aberta ao senhor Primeiro ministro II

Exmo. Senhor Doutor António Costa
Demita-se!
Em Novembro de 2015, publiquei na blogosfera uma carta aberta dirigida a V. Excelência para dar conta da minha indignação e revolta pelo facto de o PS, o partido da dívida, da bancarrota e da miséria, ter voltado ao poder e por V. Excelência ter assumido o cargo ilegitimamente e à revelia da vontade soberana do povo. Afirmei nessa carta que “Este governo é a imagem da desgraça e da ruína – é negatividade total e absoluta” e comparei os governos do PS ao chamado estado islâmico porque tanto um como o outro semeiam a morte em nome da “liberdade”.
Infelizmente, os factos estão a dar-me razão. O rasto de destruição e as imagens da morte das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande não são muito diferentes das imagens das vítimas encarceradas e queimadas pelo estado islâmico. V. Excelência já desempenhou as funções de ministro da Administração Interna, de presidente da Câmara e muitas outras e, por último, tomou de assalto o poder em Portugal mas parece-me que nunca aprendeu com os erros do passado. Já não é principiante nestas lides mas, parece. O país tem sido pasto das chamas todos os anos e o problema continua sempre no ano seguinte. Muito se fala de corrupção, de mãos criminosas, mas ninguém, incluindo V. Excelência, conseguiu ou quis resolver este enorme problema, mesmo quando ministro da Administração Interna. V. Excelência sabe que uns miligramas de açúcar num refrigerante podem ser muito perigosos para a saúde dos portugueses, mas é incapaz de descobrir por que razão as florestas ardem todos os anos. Não posso acreditar que um primeiro ministro, que devia conhecer o país ao milímetro, desconheça em absoluto quais as verdadeiras causas destas enormes desgraças ou as desvalorize considerando que são a fatalidade da chamada “época de incêndios”. Ainda não se sabe (nem se virá provavelmente a saber, como é habitual) qual a verdadeira causa desta tragédia de Pedrógão Grande, mas há suspeitas e dúvidas: mão humana? Causas naturais? Mesmo que fosse a segunda hipótese, foram lançados alertas vermelhos, o que significa que muito mais deveria ter sido feito para a evitar.
O problema não se resolve com um decreto para que a floresta fique ordenada e deixe de haver incêndios. O PS e os partidos que formam esta coligação negativa, que desgraça o povo e o país, têm muitas culpas no cartório. Com esta tragédia, tornou-se evidente para todos que o interior do país está envelhecido e despovoado. Desde há anos que o PS e os seus aliados acabaram com os nossos melhores empresários – “abaixo o capitalismo” – que davam emprego a milhares de portugueses, nas suas terras, perto de casa. Agora temos cá um primeiro ministro, caixeiro viajante, que se orgulha de vender o país ao capital estrangeiro enquanto as florestas ardem todos os anos e os portugueses são obrigados a emigrar. Quem é que reforma a floresta se o país está desabitado, abandonado e escravizado com impostos para sustentar toda a classe política (“boys”) incompetente e parasita que está e já esteve no poder?
Por outro lado, o país está abandonado e envelhecido porque desde 2007, o PS e os seus aliados oficializaram a morte das gerações futuras e por isso, hoje, é uma grande hipocrisia querer encontrar bodes expiatórios na meteorologia, nas falhas no combate às chamas, na protecção civil, etc. O problema já vem muito de trás. Desde 2007 são praticados cerca de 15, 16 ou 17 000 abortos por ano e as leis são universais. Estes números são a imagem da precariedade que cria um ambiente social hostil à vida e que se reflecte na ausência de condições favoráveis às novas gerações. Porque é que o país está despovoado, senhor António Costa? Porque é que as terras estão abandonadas? A solução é multar os velhos e os que emigraram para que limpem os seus campos?
Se a reforma da floresta e o problema dos incêndios não se resolvem de um dia para o outro, esta enorme tragédia de Pedrógão Grande tem causas próximas e remotas e as culpas são todas de quem ocupa e tem ocupado a cadeira do poder. Há décadas, a calamidade dos incêndios às centenas, diariamente, está associada a um ar de impunidade, de mistério, de secretismo, de suspeita, de interrogação que nunca foram devidamente esclarecidos perante um país que sofre, empobrece e se angustia, como se não houvesse um governo que pudesse e soubesse prestar contas. Apesar dos enormes veículos da protecção civil que se instalam no teatro das operações, das avançadas tecnologias de comunicação, dos veículos pesados, do comando operacional, carregados de tecnologia, dos avançados meios de combate por terra e ar, etc., o fogo reduz o país a cinza todos os anos. O que vale toda esta encenação? Só para enganar o povo? “Não foi possível fazer mais!” Nunca é possível fazer mais todos os anos?! Incrível!
Ficará para a História que no reinado do ditador António Luís Santos da Costa (que não ganhou as eleições), aconteceu a maior tragédia dos últimos anos, na região centro de Portugal em Pedrógão Grande, no dia 17 de Junho de 2017, em que morreram 64 pessoas, mais de duzentas ficaram feridas e ficaram destruídas muitas casas e propriedades devido a um enorme incêndio que causou milhões de euros de prejuízo.
Um motorista de um autocarro que sofre um acidente, com vítimas mortais, é objecto de um rigoroso inquérito e pode ser despedido ou castigado severamente. Podemos aceitar que um primeiro ministro ilegítimo, sem as devidas credenciais, que devia assumir uma responsabilidade acrescida, continue “ao volante do autocarro” em que deixou morrer 64 pessoas e reduziu uma parte do país a cinzas? Quem deve assumir a responsabilidade desta enorme tragédia? A quem devemos exigir responsabilidade? A ninguém? Ao sol? Ao vento? Só?
Quem vai devolver “aquela” vida quotidiana de quem perdeu a casa, o carro, as alfaias, as hortas, as árvores do quintal, as suas coisas mais e menos importantes que foram transformadas em cinza? Aqueles móveis antigos, objectos de estimação que não valiam nada mas tinham muito valor? Os papéis, as fotos da família, o recheio da cozinha antiga, única, do quarto, da sala simples e humilde? Aqueles sítios de todos os dias, os bancos, os assentos de reunião com a família e os amigos, safados pelo uso, enegrecidos, velhos, puídos? O recanto para a “cavaqueira” de todos os dias para estar com os vizinhos? Aquelas ruas estreitas ou largas, os becos, as calçadas, as flores, aquela nogueira antiga que todos os anos largava nozes que rebolavam pelo caminho, as grandes árvores que faziam sombra na praça, local de encontro de todos os tempos e de todas as gerações? Todos aqueles habitats domésticos que criaram gerações, que guardavam recordações, memórias, contentamentos e descontentamentos? Quem se responsabiliza por tudo isto?
A tragédia de Pedrógão Grande é o cúmulo de todas as tragédias que se têm repetido ano a ano, todos os Verões. Desta vez a desgraça ultrapassou os limites. Desta vez não morreram apenas as árvores, as casas e os habitats naturais e humanos, morreram dezenas de pessoas que ninguém pode restituir à vida e nenhum dinheiro pode pagar. Se não fossem as mortes, ninguém mais iria falar nesta desgraça. A classe política continuaria nos seus corredores e gabinetes indiferente ao que se passou, na capital onde a cinza não chegou, com o tacho garantido, enquanto as vítimas que ficaram com a casa e todos os seus haveres em cinzas teriam ficado completamente abandonados. Isto repetir-se ia ou repetir-se-á ao longo do Verão: uma vaga de calor, novos incêndios aqui e além. Tudo “normal”.
Senhor António Costa, o último parágrafo da carta de 2015 é o seguinte:
“Senhor António Costa, não auguro nada de bom para o país, do seu governo. Vou estar atento e irei exigir que assuma todas as responsabilidades, tal como prometeu, porque não se brinca, à política, com as pessoas e com o país inteiro. Um governo que apoia e financia a morte só pode esperar que o país se transforme num enorme cemitério. Não vale a pena ter tanta gente no governo a não ser que desempenhem a função de coveiros.”
Está na hora de assumir todas as responsabilidades, senhor António Costa. Basta de irresponsabilidades. Demita-se. Peça imediatamente a sua demissão.
O senhor afirmou no parlamento que admite indemnizar as vítimas, caso o Estado seja responsável pela tragédia de Pedrógão Grande? Claro que a responsabilidade é do Estado, mas quem conduz os destinos do Estado é o governo. Como é possível que ninguém no parlamento peça a sua demissão, senhor António Costa? Não acredito nesta inércia e nesta apatia de toda a classe política. É completamente absurdo.
Não lhe pesa a consciência por toda esta desgraça? Há quanto tempo desempenha funções públicas? Ainda não teve tempo para conhecer este pequeno rectângulo, as suas condições climatéricas para prever e prevenir acontecimentos desta natureza?
Esqueceu-se do que prometeu quando assumiu o poder, que ia aumentar o rendimento das famílias, que… etc., etc.?
Ainda não se deu conta de que o povo é espontaneamente solidário, acudiu às vítimas da tragédia de forma espontânea, independentemente das ideologias, dos credos e das opções políticas enquanto o governo é e tem sido espontaneamente perverso, incompetente e sectário?
Ainda não se deu conta de que se o país ainda sobrevive, isso se deve ao povo que trabalha, produz, é solidário, acode, ajuda, oferece e partilha o pouco que tem para apagar o sofrimento e a angústia de quem perdeu tudo enquanto o primeiro ministro foge às suas responsabilidades?
Onde espera que aconteça a próxima tragédia, no norte ou no sul?

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