quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

“Direito a morrer com dignidade” ou “direito a viver com dignidade?”

É completamente absurdo que certos políticos se preocupem tanto com a morte quando se deviam preocupar mais e principalmente com a vida. O que é mais importante: morrer com dignidade ou viver com dignidade? Se as pessoas tiverem uma vida com dignidade não terão também uma morte com dignidade? Porque é que certos políticos se preocupam com a dignidade só quando a luz se apaga e não enquanto a luz se mantém acesa? Morrer com receita médica dá mais dignidade à morte?
Num país dominado pela austeridade em que muita gente passa fome, está desempregada, é vítima de várias formas de corrupção e de injustiças, sobrevive escravizada sob uma pesada carga de impostos, etc., que urgência há em falar e discutir a morte? Não se devia dar prioridade a encontrar soluções para os enormes problemas que transformam a vida dos portugueses num inferno, todos os dias? Se a vida é inviolável, e está escrito na Constituição, que sentido faz discutir a despenalização da morte, como eutanásia? Toda a gente sabe que tudo tem remédio menos a morte mas há certos políticos que, não tendo competência para dar uma vida digna a todos os portugueses, a única coisa que lhe oferecem é a morte. A morte é como um remédio para todos os males: Dói-te a cabeça? “Morre”! Estás desempregado e sem esperança na vida? “Morre”! Estás deprimido? “Morre”!
Toda a gente se lembra de um piloto suicida que se fechou no cockpit e matou dezenas de pessoas ao despenhar, intencionalmente, o avião contra as montanhas. Quando vejo certos políticos, que nos governam, a discutir a morte para despenalizar a eutanásia parece-me que quem temos ao leme não está no seu perfeito juízo e não tem competência para levar toda a gente a bom porto.
Como é possível que certos partidos criminalizem a morte de animais mas queiram despenalizar a morte das pessoas? Sim, hoje não se pode matar um cão, um gato ou um touro mas tolera-se facilmente despenalizar a morte das pessoas. Como é possível que certos políticos se preocupem com projectos de lei sobre a despenalização da eutanásia mas não pensam em apresentar projectos de lei que dêem mais qualidade de vida e dignidade a todos os portugueses?

Os políticos que aceitam e defendem a eutanásia são os mesmos que já propuseram e legalizaram o aborto. Políticos destes que facilitam todas as formas de tirar a vida às pessoas desvalorizam completamente a vida humana, manifestam uma enorme fraqueza perante as dificuldades da vida e levam-nos a concluir que perante governantes desta natureza a vida está completamente desprotegida, ameaçada e precarizada: o nascimento é ameaçado pelo aborto, mas se alguém escapar a esta ameaça e se se vir confrontado com uma doença considerada incurável, o governo oferece facilmente a receita da morte. A vida deixará de fazer qualquer sentido. De facto, já não vale a pena nascer.

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