Senhor primeiro ministro,
Não tenho filiação partidária e não votei em nenhum
dos partidos que elegeram deputados.
Infelizmente, o Partido Socialista voltou ao poder.
Infelizmente, sim, porque nem toda a gente tem memória curta e sempre que o
Partido Socialista esteve no poder, o país ficou mais pobre, mais endividado,
no pântano e na bancarrota. Basta olhar para os governos do PS, nestas últimas
décadas.
O senhor e o seu governo não irão fazer melhor. A incompetência
é idêntica à do governo anterior. Prometer é muito fácil, mas cumprir é muito
difícil. O povo diz que não se podem fazer omeletes sem ovos. Por outro lado, o
senhor António Costa não garante qualquer confiança, contrariamente ao que
prometeu. Não lhe reconheço autoridade, honestidade nem credibilidade. Usurpou
o lugar ao seu antecessor na liderança do partido, prometeu que iria fazer
melhor, mas aconteceu precisamente o contrário. O senhor perdeu as eleições e
não tem qualquer autoridade nem legitimidade para ocupar esse lugar. Só
manifesta uma enorme ganância pelo poder. Segundo as mais básicas regras da
democracia quem ganha as eleições é que tem o direito de governar.
Este governo é a imagem da desgraça e da ruína – é
negatividade total e absoluta. As bases são uma coligação negativa engendrada à
revelia do povo para reclamar vitória, ilegitimamente. Nenhum professor dá
aprovação a três alunos cábulas que somam as negativas que tiraram nos testes
para reclamarem uma nota positiva mais alta do que aqueles que tiraram nove e
meio ou dez. Esta espécie de coligação feita à pressa é uma traição à vontade
soberana do povo, expressa no dia das eleições.
Para ser mais claro na minha argumentação, os governos
do PS são a imagem perfeita do estado islâmico e o seu governo não foge à
regra. Eu explico esta metáfora que não tem qualquer conotação religiosa,
política ou ideológica porque a morte e a vida não são de esquerda nem de
direita: o estado islâmico mata com armas. O PS, no poder, aprovou a lei da
morte, ao mais alto nível como uma lei fundamental da República, oficializou-a,
legalizou-a e decretou o seu financiamento gratuito. O senhor prometeu, em
campanha, revogar a recente taxa moderadora do aborto e os “seus” deputados não
perderam tempo a fazê-lo. É preciso realçar que a sua prioridade fundamental e
do seu governo foi, precisamente, manter, reforçar e reafirmar a lei da morte
no país. Tal como o estado islâmico, a lei da morte em vigor em Portugal, tira
a vida a pessoas inocentes ou a futuras pessoas, de forma gratuita, cujo crime
é, simplesmente, estarem vivas. O estado islâmico mata sem justificação,
pratica actos de verdadeiro genocídio, a lei da morte faz precisamente o mesmo.
Tal como o estado islâmico o seu governo mata em nome da liberdade. O senhor
tem feito acusações de radicalismo mas quem legaliza e financia a morte antes
do nascimento, num país inteiro, comete o maior acto de radicalismo porque não
dá a mais pequena hipótese de a outra parte se defender.
Com os índices de natalidade tão baixos em Portugal, o
que é que o seu governo vai fazer? Vai continuar a entregar as melhores
empresas portuguesas aos chineses e a outros capitalistas estrangeiros enquanto
os portugueses, cada vez mais pobres e mais velhos, morrem e os jovens (poucos)
emigram porque tudo morre em Portugal? Vai recuperar a indústria da construção
civil reabilitando os prédios antigos, em ruínas, só para dar emprego aos
pedreiros, para depois ficarem às moscas? Como pode prometer crescimento
económico se as empresas morrem porque não têm clientes (morrem antes de
nascer) e decresce a receita do IRC e IRS? Como é que um governo pode
incentivar o aumento da natalidade se aposta na lei da morte? Como pode
prometer aumento do rendimento das famílias se a primeira coisa que fez quando
tomou conta da quinta foi decretar a destruição das sementeiras? Que colheitas
pode esperar um agricultor se os seus campos ficarem estéreis e as árvores não
produzirem frutos porque a ordem principal é para abortar? Qualquer pessoa
sensata, mesmo analfabeta, sabe que só cuidando da sementeira, arrancando as
ervas daninhas, protegendo-a dos predadores, poderá ter uma colheita próspera,
farta e abundante. Só a abundância permite que haja alimento para as pessoas e
para os animais. Nos campos estéreis e abandonados nem os pássaros encontram
alimento, não fazem os seus ninhos e a natureza fica ainda mais pobre. É a
imagem deste país.
Só um louco, ingénuo e ignorante pode prometer que
resolve todos os problemas do país, que aumenta o rendimento das famílias, que cria
mais emprego, etc. O senhor António Costa vive completamente fora da realidade,
num mundo virtual. Ninguém pode prometer desenvolvimento e prosperidade
partindo do princípio de que as árvores produzem frutos antes de serem plantadas,
dando prioridade ao consumo (se o país consumir muita fruta as árvores são
“obrigadas” a produzir?), que as fábricas darão lucro antes de serem
construídas (mesmo que venham a produzir, poderão não vender nada se houver uma
forte concorrência). A prosperidade não se cria por decreto aprovado pela “sua”
maioria ilegítima. O mesmo acontece com a austeridade.
O seu pensamento é verdadeiramente solipsista,
encerrado em preconceitos enquistados, como múmias do passado, que considera o
povo atrasado e as mulheres como escravas irresponsáveis que só se libertam
pelo aborto, que ignora a realidade moderna, dinâmica e exigente quanto aos
valores da vida e da natureza. É preciso que alguém se preocupe em pôr todos os
dias a comida sobre a mesa, em dar incentivos à vida, em desenvolver a cultura,
o conhecimento, a arte, a solidariedade e a harmonia social em vez de tentar
resolver traumas sexistas e sexuais.
As leis são universais e por isso a lei da morte
estende-se de norte a sul e ilhas. Qualquer mulher tem as portas abertas pelo
governo para dar a morte a seres humanos que seriam o futuro do país. Por outro
lado, as maternidades fecham as portas enquanto as clínicas de aborto se
multiplicam e prosperam. O seu governo vai gastar grande parte dos recursos do
país a financiar a morte das gerações futuras enquanto falta financiamento para
que as pessoas, em geral, tenham o seu médico de família na área da sua
residência, curem as suas doenças, façam operações médicas inadiáveis e outros
tratamentos continuados para melhorar a sua qualidade de vida e possam
desempenhar bem o seu trabalho se não estiverem desempregadas. Com a lei da
morte, o senhor e o seu governo condenaram à morte as gerações futuras e
apressaram a morte das gerações do presente. Se o senhor governa a sua casa
como prometeu e começou a governar o país, facilitando a lei da morte, só posso
concluir que as gerações futuras da sua família estarão seriamente hipotecadas.
Senhor António Costa, não auguro nada de bom para o
país, do seu governo. Vou estar atento e irei exigir que assuma todas as
responsabilidades, tal como prometeu, porque não se brinca à política com as
pessoas e com o país inteiro. Um governo que apoia e financia a morte só pode
esperar que o país se transforme num enorme cemitério. Não vale a pena ter
tanta gente no governo a não ser que desempenhem a função de coveiros.
29 de Novembro de 2015.