Temos assistido às mais absurdas,
disparatadas e incríveis atitudes e declarações de certos políticos, auto proclamados
democratas, que dominaram o poder político em Portugal nas últimas décadas e
que deixaram o país na bancarrota e o povo na miséria. As atitudes de Mário
Soares e de todos os militantes socialistas que se lhe têm associado na
manipulação da opinião pública, a propósito da prisão de um ex-primeiro
ministro, fortemente indiciado de graves crimes contra o Estado, não são de
gente séria, honesta e defensora do estado de direito e do respeito pela
independência e separação dos poderes do Estado: o poder judicial, o poder
legislativo e o poder executivo. Várias afirmações destes dirigentes e
ex-dirigentes políticos, que perturbam e querem interferir no poder judicial,
são próprias de grandes ditadores e de quem faz da confusão arruaceira uma
forma de enganar o povo e manipular a opinião pública.
Toda a gente tem o direito de ter a
sua opinião acerca da inocência ou não do ex-primeiro ministro, mas toda a
gente deve respeitar os prazos, o funcionamento e as regras da justiça na
realização do seu trabalho.
Se o partido socialista defende a
democracia e a igualdade também deve defender que ninguém está acima da lei e
se um dos seus militantes cometeu graves crimes, deve ser julgado e castigado,
sem qualquer tratamento de favor ou privilégio. Querer manipular a opinião
pública e substituir-se aos tribunais é sinal de que estas pessoas não têm a
consciência tranquila e temem que a justiça os possa culpabilizar nos mesmos ou
noutros crimes. É evidente que todos aqueles que trabalharam e colaboraram com
um alegado criminoso, se declaram seus amigos e o consideram inocente serão
considerados altamente suspeitos, se ele for, efectivamente, condenado por
graves crimes.
O partido socialista, muitos ex e
actuais dirigentes têm desenvolvido inúmeras manobras
e estratégias para manipular
a opinião
pública afirmando a sua inocência, mostrando solidariedade, organizando
manifestações de rua, criticando a acção da justiça, negando a prática de
quaisquer crimes ou a impossibilidade de recolher provas, mas, actualmente, também
se têm levantado algumas vozes que negam o holocausto nazi, que os crimes do
regime nazi, do nacional-socialismo, nunca existiram e, no entanto, milhões de
pessoas foram assassinadas nos campos de concentração durante a segunda guerra
mundial.
Não admira, por isso, que todo o partido socialista
sinta um enorme desconforto e um grande desespero com todo este processo judicial
contra um dos seus chefes que esteve no comando da política portuguesa, em anos
recentes.