segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Presépio em Fátima

Imagens do Santuário de Fátima e do presépio no dia 28 de Dezembro, à noite.
Gloria in excelsis Deo.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Democracia prevertida III


A cultura da Revolução III
Sempre alerta
Com algum atraso segue mais uma reportagem da cultura da revolução com o objectivo de evidenciar a necessidade de persistência e estado de alerta em qualquer tarefa da vida. Nada está garantido. A revolução é inimiga do facilitismo.
A natureza exige muito esforço e trabalho contínuo. Na actividade política devia acontecer o mesmo. 




quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O congresso do branqueamento criminal?



Como é que o desgraçado cidadão português que se mata a trabalhar, com cada vez mais cortes no ordenado ou na pensão, com um elevadíssimo custo de vida, como é que o cidadão comum, o zé-povinho, desempregado de longa duração ou o jovem à espera do primeiro emprego, depois de enviar dezenas de curricula e bater a inúmeras portas, a passar fome e a viver da ajuda da Caritas, do Centro Social ou do Banco Alimentar, sem vida própria, como olha para os últimos acontecimentos da cena política nacional onde um ex-governante é detido por suspeita de graves crimes que terão contribuído fortemente para esta situação de fome, de miséria e de penúria?
Cena 1 – Este ex-primeiro-ministro governou sete anos, prometeu milhares de empregos e progressismo, foi alvo de uma série de acusações e suspeitas de fraude e corrupção. Defendeu-se e contra-atacou com a teoria da cabala e da conspiração. Demitiu-se e saiu derrotado depois do enorme agravamento de impostos e da dívida pública, contrariamente ao que tinha prometido.
Retirou-se para o estrangeiro para estudar, (o que devia ter feito antes) e regressou mais tarde, em viagens semanais entre Portugal e França, para dizer umas lérias na comunicação, levando uma vida de luxo e ostentação, segundo os media. O povo pergunta:
Ninguém pediu responsabilidades sobre tantas promessas fáceis e enganadoras?
A justiça não encontrou nada que devesse ser investigado em tantos casos suspeitos?
Ninguém no partido e no governo considerou ter havido gestão danosa?
Por que ficaram 27 questões por responder nas investigações do Ministério Público?
Ninguém detectou a intromissão da política na justiça?
Ninguém considerou esta governação desastrosa a verdadeira causa da situação de miséria em que nos encontramos actualmente?
Não deveria o partido, e os seus novos dirigentes, ter pedido responsabilidades pelo estado em que ficou o país e pela demissão e derrota nas eleições?
O partido só é partido quando vence e desaparece quando perde?
Onde está a consciência da responsabilidade social deste partido?
Esta forma de acção política defende os interesses do país e do povo ou do partido?
Cena 2 – Com o argumento de consciência atormentada surgiu um novo candidato, um velho conhecido de todos, o presidente da Câmara da capital, a disputar novamente a cadeira partidária do poder com o objectivo de assumir o governo, mas com uma agenda para a década completamente vazia, mas cheia de promessas infantis.O povo pergunta:
É legítimo que se gaste tanto dinheiro numa campanha interna para um resultado nulo para o país?
Porque é que essa consciência atormentada não se manifestou logo que o governo caiu e o líder se afastou?
O que é que esta consciência atormentada fará para salvar a pátria, se não tem ideias?
Cena 3 – No preciso momento em que se preparava para dar o primeiro passo para a liderança, com ar triunfal, o tal líder deposto e autoexilado, o ex-primeiro ministro foi preso para interrogatório ficando em prisão preventiva, suspeito dos crimes de corrupção, fraude fiscal agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. O povo pergunta:
Por que é que a justiça só agora terá encontrado motivos fortes para deter o velho suspeito?
Onde está a independência da justiça: antes ou agora?
Se o partido valoriza o colectivo e deve estar unido nos bons e nos maus momentos por que é que agora sacode a água do capote e se desculpa que a política não se intromete na justiça?
Se os alegados crimes foram cometidos no exercício de funções político-partidárias e governativas como é que se explica que o partido rejeite responsabilidades?
Cena 4 – Este choque brutal ameaçou pulverizar e arruinar a carreira do novo líder triunfal. Era preciso salvar o congresso e o partido. A máquina partidária e os comentadores oficiais e oficiosos com interesses instalados no regime e no sistema começaram a lançar críticas à justiça, aos juízes e à comunicação social tentando afastar os fantasmas, usando a velha estratégia do suspeito, agora, detido: “isto é uma conspiração”; “isto é uma cabala”; “a fuga ao segredo de justiça ameaça todo o processo”; “o juiz não fundamentou a decisão”; “só lhe querem fazer humilhação na praça pública”; “isto é um show mediático”; “ele está inocente”; “ele ainda não foi julgado”; “isto é uma infâmia!”... O povo pergunta:
Se em democracia todos os cidadãos são iguais perante a lei, por que razão não se deixa que a justiça faça o seu trabalho?
As críticas à justiça não significam que há muitos rabos-de-palha?
Não serão as críticas uma tentativa de branqueamento criminal?
Cena 5 – Para reforçar esta ideia da cabala, o velho patriarca da família foi à cadeia confortar o suspeito para acalmar as hostes e impedir o naufrágio, numa afronta ao poder judicial e numa atitude inqualificável de intromissão e desrespeito pela separação de poderes, contra todas as regras da ética, da jurisprudência e da democracia. O povo pergunta:
Se outra pessoa anónima fizesse as declarações proferidas pelo patriarca da família, quais seriam as consequências?
Cena 6 – O congresso, foi uma espécie de feira de vaidades, enfraquecido pelo choque brutal, onde o zé-povinho, à distância, pelos olhos dos media, viu todos os delegados felizes e confiantes a afirmarem e a acreditarem na inocência do detido, num espectáculo surreal, típico de um filme de ficção científica e de um conto de fadas. Paralelamente a este desfile de promessas fáceis e vãs, de discursos vazios e palavras ocas, todos deitaram foguetes, agitaram bandeiras e aplaudiram os “brilhantes” oradores que, como marionetas de gravata, deram corpo a um exercício de verdadeiro narcisismo patológico de engrandecimento dos feitos, glórias e vitórias que nunca existiram, enquanto outros participaram numa alegre romaria à prisão, segunda tribuna do congresso, para desgravar a ofensa ao “santo” “injustamente” detido. O povo pergunta:
Como é possível que um partido que defende a democracia, a liberdade e o estado de direito tenha criado a imagem de negação da justiça?
Esta enorme romaria à prisão não configura uma espécie de culto ao grande líder típico das grandes ditaduras como a Coreia do Norte tendo transformado o congresso numa actividade de branqueamento criminal?
Esta enorme romaria à prisão por parte de figuras de relevo e ex-dirigentes não cria a imagem deste partido como uma espécie de associação mafiosa/criminosa, em que todos os elementos da quadrilha se reúnem com o chefe para acertar estratégias?