terça-feira, 30 de setembro de 2014

Primárias – PS – resultados finais





Inscritos
Votantes
António Costa
António J. Seguro
Total
248573
174770
118272
55171
%

70,31%
67,67%
31,57%

Os resultados das primárias do PS são os que constam no quadro acima, retirados da página oficial do partido, na internet. Verificamos que se inscreveram 248.573 pessoas. Dessas, votaram 174.770 e a população portuguesa ascende a 10.562.178, segundo o resultado do censo de 2011.
Nesta pequena amostra de eleição, o candidato vencedor cantou vitória, exultou e foi dormir todo contente porque ganhou com 67,67% dos votos, isto é, 118.272 pessoas votaram nele, mas bem vistas as coisas, este número representa 1,1% da população portuguesa. Por outro lado o total de inscritos representa 2,35% dos portugueses. Como neste número estão incluídos os militantes e os simpatizantes, verificamos que o PS está reduzido a menos do que 2,35% dos portugueses. Haverá razões para o país dar importância a um partido tão diminuto e insignificante?
E todo o país passou todos estes quatro meses a ouvir falar de uma insignificância de pessoas que têm dado provas de que só servem para arruinar o país. Multiplicaram-se os comentadores, as publicações, as transmissões, as notícias, os palpites, gastaram-se rios de dinheiro enquanto o país está na bancarrota, milhares de pessoas não têm emprego, muitos portugueses ganham um ordenado de miséria, muitas famílias passam fome e alguns chicos espertos ascendem ao poder vendendo ilusões, enganando tudo e todos para se banquetearem com a riqueza produzida por quem trabalha a sério e ignora toda este panegírico de vaidades e de mentira. Bem dizia eu que em vez de primárias lhes haviam de chamar secundárias ou secundaríssimas.

sábado, 27 de setembro de 2014

PS: a política do sistema – a ditadura partidária



Os candidatos à liderança do PS caracterizam-se claramente desta forma:
Costa é o político do sistema, da manutenção dos privilégios e das mordomias dos grandes senhores que se apoderaram do poder com base em promessas de bem estar, de progresso e de liberdade que não passam, na prática de puras ilusões porque nada muda na vida do cidadão comum. As diferenças e as desigualdades mantêm-se e aprofundam-se cada vez mais. Costa é o representante dos políticos do sistema que combate os lobbies, os monopólios, os capitalistas exploradores mas, na prática vivem e alimentam-se desses grandes grupos económicos com os quais estabelecem fortes relações de promiscuidade encapotada. Basta ver quantos ex-dirigentes políticos passaram a exercer as funções de grandes gestores de empresas com as quais, antes fizeram grandes contratos com o Estado e os apoiaram nas suas campanhas eleitorais. Costa é o defensor do político que fala em nome do partido, do grupo, do colectivo, da massa anónima, da grande agitação de bandeiras em plateias coloridas para dar a impressão de que é o mais competente e o mais querido. É o símbolo da política dos casos e dos escândalos que nunca são resolvidos, sobre os quais se levantam inquéritos que nunca concluem nada porque nunca se encontram culpados, porque os culpados não têm rosto, são o partido, as massas, o colectivo, a maralha. Costa é a imagem do filho mais velho, obediente, que sempre foi o privilegiado da família, que foi sempre o motorista do chefe que cada vez mais sente a revolta popular a desmoronar o império com pés de barro.
Seguro é o filho mais novo, ferido no seu orgulho, que reclama o direito a conduzir o velho carro do pai porque já tem carta de condução e nunca pegou no carro nem sequer para sair à noite.
Reclama e exige fidelidade num partido onde reina o oportunismo e o jogo do poder em nome da falsidade e da promessa fácil.
Seguro defende os mesmos princípios do mesmo partido que esconde a verdade, que acusou o adversário de traição mas não o acusou de ser conivente com as políticas de desastre financeiro que colocaram o país na bancarrota, quando todos puseram o rabinho entre as pernas e o seu chefe de então, vencido, foi estudar para Paris.
Costa e Seguro pertencem ao mesmo partido que é o paradigma da ditadura partidária que põe os interesses do partido à frente dos interesses do povo, que se preocupa mais em financiar as actividades partidárias do que matar a fome aos pobres e desempregados. Ambos defendem um partido cujos valores mais altos são o partido, cujo objectivo é sustentar os seus correligionários e pôr o país ao serviço do partido.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Primárias? – Secundárias! Secundaríssimas!



A alegada declaração de Margarete Thatcher de que “O Socialismo acaba quando se acabar o dinheiro no bolso dos outros” assenta que nem uma luva na realidade política e económica portuguesa da actualidade, fortemente marcada pelas políticas socialistas.

O Partido Socialista está à deriva como um barco sem rumo, no meio do mar. O barco socialista só funciona quando se pode abastecer no cais do capitalismo produtivo, do trabalho sério e honesto, do humanismo moral, da ordem, do rigor e da justiça. O barco socialista, que em tempos foi um navio cheio de gente é agora uma carcaça velha, rota, sem combustível, onde só os ratos aproveitam os restos das reservas acumuladas em tempo de prosperidade consumista.

Que novidades podem trazer estes dois supostos candidatos a governar um país? Ninguém percebe que o país está a morrer, que a natalidade está num nível mais baixo das últimas décadas e que a corrupção mina a estrutura social e económica, que a justiça deixa passar os casos mais graves que afectam as finanças públicas, etc.

Que salvação podem trazer estas duas personagens ingénuas que se digladiam pelo poder, que fazem promessas, que se afirmam um melhor do que o outro, se foi o seu próprio partido que destruiu o país, facto que agora atribuem ao actual governo? (Fique bem claro que eu não apoio este ou o anterior governo) Agem como se o povo tivesse memória curta e muitas vezes tem. Porque é que o PS perdeu as eleições depois da queda de José Sócrates? Porque é que estamos cheios de dívidas até aos cabelos? Porque é que a natalidade desceu aos níveis mais baixos de sempre? Porque é que António Costa não apareceu depois de Sócrates cair? O que vale uma promessa na boca de um socialista? O outro prometeu 150 mil empregos, progressismo, desenvolvimento da economia com a construção de estradas e autoestradas e vias rápidas, construção e requalificação de escolas, etc. Qual foi o resultado? Desemprego, encerramento de empresas, despedimentos, pobreza, aumento da emigração, introdução de portagens nas SCUTS, autoestradas às moscas, encerramento de milhares de escolas, aumento de impostos, encerramento de hospitais e Centros de Saúde, de postos da GNR e PSP, dos tribunais, etc.

A ingenuidade destes políticos é tal (não defendo Costa nem Seguro) que julgam que basta exigir o que está escrito na Constituição para que tudo corra às mil maravilhas. É como prometer que nos seus governos bastará lançar um decreto para que haja sol na eira e chuva no nabal e por isso as pensões serão repostas, não haverá aumento de impostos, etc.

Chamam-lhes eleições primárias, mas deveriam chamar-lhes secundárias ou melhor, secundaríssimas. Ninguém espere nada de bom para o futuro deste país do partido Socialista. Já nos levou à ruina e por isso os partidos socialistas estão a desaparecer da face da terra.

Há um aspecto de que ninguém fala. Esse sim parece-me, primariamente, escandaloso. Se qualquer cidadão faz contas, quando precisa de fazer uma viagem um pouco mais longa, às despesas de portagens, combustível, alimentação, etc. Quanto dinheiro terá gasto o Partido Socialista desde que foram anunciadas estas eleições internas? Quantos quilómetros foram percorridos por estes dois candidatos? Quem é que paga todas estas despesas? Que dirão os pobres deste país, os desempregados, os reformados, pensionistas e as crianças que passam fome, do dinheiro esbanjado ao longo deste tempo de campanha, para depois dar tudo em nada?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sobre a lista de pedófilos

Hoje os noticiários referiram a hipótese de poderem ser publicadas listas de pedófilos (Pais podem vir a ter acesso a registo de condenados por pedofilia que já cumpriram pena) e a ministra da justiça defende esta ideia.

Isto parece-me uma ideia estúpida: se vivemos numa sociedade civil organizada em que os poderes se dividem segundo as suas funções – o legislativo, o executivo e o judicial – e se o Estado deve garantir a segurança de todos os cidadãos, aplicar a justiça e manter a ordem pública, esta medida dá a entender que o Estado se demite das suas funções e permite que os cidadãos tenham acesso à vida privada de certos cidadãos considerados criminosos para que se acautelem do mal que possam fazer ou que possam eventualmente estar prevenidos para fazer justiça pelas próprias mãos.

Uma decisão deste género – publicar uma lista de cidadãos já condenados por crimes sexuais – poderia estender-se a todo o tipo de crimes. Porque é que só se publicam os nomes dos predadores sexuais? Por que não, também os nomes dos ladrões que são em maior número, dos assassinos, dos traidores à pátria, dos falsários, dos mentirosos, etc.? E aqui teríamos uma enorme lista de políticos que já estiveram no activo e de outros tantos ou mais que ainda continuam a ocupar as cadeiras do poder.
Medidas deste género só revelam uma enorme decadência da democracia e do Estado em geral.