quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Greve Geral ou golpe de Estado?

Que democracia é esta? Que país é este? Que políticos, que sindicalistas? Quem é que votou maioritariamente este governo? Porque é que estamos na miséria? Quem são os exploradores do povo?
Andam a brincar à política? Ainda há meia dúzia de dias uma esmagadora maioria votou neste governo e agora quem é que o quer atacar? Uma minoria? Esta greve geral não cheira a golpe de Estado? Onde está a força do povo, na rua ou nas instituições democráticas? Que espécie de democratas temos nós? Porque é que estes senhores que decretam greves não o fizeram quando todos os políticos anteriores, principalmente os da última década, prometeram mundos e fundos, enganaram, mentiram e permitiram toda a espécie de atrocidades, aqueles que muita gente gostaria de ver agora no banco dos réus? Os fervorosos defensores dos trabalhadores que sempre estão ao lado do povo, não viram o logro em que nos iam meter? Porque é que nessa altura não disseram nada?
Estamos a empobrecer? Alguma vez fomos ricos? Vejam o percurso desde D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João I, D. Sebastião, os Filipes, o ultimato inglês, a primeira e a segunda Repúblicas e agora a terceira.
Esta greve não é uma espécie de batalha de Alcácer Quibir? Vale a pena fazer greve contra os mercados? Quem é o Big Boss explorador, de barriga grande e de charuto a quem devemos o pão que todos os dias levamos à boca? Quem é que pode identificar os investidores anónimos que nos hipotecaram a vida? Se a guerra é entre a oferta e a procura qual é a solução para dar cabo dos mercados? Se não há políticos nem política, mas só mercado, é com paralisações que se aumenta a riqueza? Se somos uma equipa que joga no campeonato do mundo da economia, uma greve geral não significa meter golos na própria baliza quando o resultado está em 7-0?
Estamos na bancarrota? Quem é que nos empurrou para lá?
Quem pensou que o tempo das vacas gordas nunca iria acabar? Que ingénuos nos governaram? Desde o MFA até agora? Porque é que os tão dedicados sindicalistas deste país, esses dinossauros das lutas de classes, não criam empresas, “modelo de virtudes”, para mostrar como é que se trabalha, se paga bons ordenados a tempo e horas, respeitando todos os direitos laborais?
O que adianta fazer mais greves se ao fim de anos e anos de luta, cada vez estamos pior: sem emprego, sem futuro, sem pão, sem dinheiro, sem nada?
Que ingénuos temos na economia europeia que criaram uma comunidade, mas vive cada um no seu cubículo? Que igualdade temos nesta comunidade quando os ordenados mínimos de cada país têm diferenças abissais e a classe política privilégios e mordomias injustificáveis?
Lá diz o povo: na casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, (ou todos têm razão, o que vai dar ao mesmo). É preciso uma nova ordem nacional, europeia e mundial.