domingo, 10 de abril de 2011

PS: 38 anos a ofender Portugal?

Depois do episódio do “Espelho meu, espelho meu…”, cenas ridículas e elucidativas que mostram bem a vaidade pessoal e doentia do primeiro-ministro e a relevância que põe na aparência em desfavor da competência, o que se poderia esperar de um congresso onde, supostamente se deveria falar para dentro do partido e discutir alguma ideia de jeito para resolver os problemas do país?
Esta enorme acção de propaganda, a que chamam congresso, do chamado partido socialista, com ares de Acção Nacional Popular de outros tempos, mais parece um festival da calúnia, da mentira e dos ataques gratuitos à oposição. Mas, ironicamente, todas as críticas à oposição assentam que nem uma luva a quem as faz.
Só eles falam verdade, mas todos os dias se ouvem vozes que chamam mentiroso ao primeiro-ministro. Se o grande chefe, o chefão todo-poderoso, é apelidado de mentiroso e todos os correligionários lhe fazem juramento de fidelidade, o que parece este congresso senão uma reunião magna da “Cosa nostra” cujo lema é defender o clã?
Qual ninho de víboras esfomeadas, procuram, irrequietas, uma presa ao seu alcance para lhe cravar o veneno. Chegam de todos os cantos do país para repetirem o mesmo discurso inquinado e maldizente, tendo por detrás um cenário estranho e mentiroso onde se lê: “PS: 38 anos a defender Portugal” quando a inscrição mais adequada aos discursos parece ser: “PS: 38 anos a ofender Portugal”, não só a ofender mas a explorar, a escravizar e a enganar o povo.
Chamam a esta feira de vaidades e de impropérios um congresso de um partido político? De um partido que está há quase duas décadas no poder? Um partido que se diz socialista? Não parece mais um clube da mentira onde, em despique, cada sócio se esforça por apresentar a maior mentira, a maior calúnia, a mais sonante e que arrebate o maior número de aplausos? Pensam que todas as mentiras somadas se transformam em verdade?
Dizem-se de esquerda? Eles sabem lá o que é isso? Ser de esquerda é fazer grandes campanhas de propaganda, mentir e enganar o povo para se agarrarem ao poder e depois não fazerem mais do que explorá-lo até aos ossos? Ser de esquerda é prometer progressismo, apoio “às famílias e às empresas” para depois fazerem precisamente o contrário e acusarem os outros? Ser de esquerda é prometer mais educação e ensino e depois fechar cada vez mais escolas, cortar em tudo o que apoio educativo, piorar planos curriculares dos alunos, aumentar a carga curricular dos professores, cortar nos salários, para depois atirar as culpas para cima dos outros? Ser de esquerda é prometer o “estado social” para depois cortar em abonos, nas pensões dos mais pobres e dos reformados enquanto os “boys” “comem à grande”, com vencimentos milionários e ocupam os melhores “tachos” sem fazerem nada para o bem do país? Dizem-se socialistas e de esquerda? Não parecem mais um bando de malfeitores que à custa da fraude e da mentira se apoderam do poder para se banquetearem?
Quem é que pode entender e aceitar este absurdo de um governo que está no poder há mais de seis anos e agora não faz mais do que acusar a oposição de pôr o país na miséria? Isto é uma grave ofensa à dignidade e à honra de todos os cidadãos deste país que não poderão ficar impávidos e serenos com tamanha desfaçatez, falta de senso e de respeito. Isto é inadmissível!
Não podemos permitir que esta situação se mantenha. O povo terá que abrir os olhos. Porquê toda esta mentira e esta calúnia? Porquê este “ódio” à oposição e ao FMI? Simplesmente, porque este primeiro-ministro está agarrado ao poder e quer continuar a apertar o cinto aos portugueses mantendo todas as mordomias para si e seus “acólitos”. O que vai na cabeça dele é apenas isto: “para impor sacrifícios ao povo, estou cá eu, não é preciso o FMI”. Descaradamente o que toda a máquina socialista pretende dizer ao povo é: “a oposição chamou o FMI, mas para chupar o povo até aos ossos estamos cá nós, o PS”, ou “o PS tem a solução para a crise: basta pôr o povo a passar cada vez mais fome”.
Se o FMI vier acabou-se a festa para toda esta classe de parasitas. Esperemos bem que assim seja.
Isto não foi congresso nenhum. Foi uma reunião inútil e prejudicial ao país. A “pesada herança” de ruína e de miséria deste governo supera em muito qualquer outra que tenha, eventualmente, existido no passado. Mesmo que o povo os obrigasse a viver a pão e água, ainda seria demasiada benevolência face aos males que nos têm infligido ao longo destes últimos anos. O povo exige uma Revolução, a sério.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Última hora: José Sócrates em Tribunal

“Face Oculta”, “Freeport”…
Face aos novos desenvolvimentos do caso “Face Oculta” o procurador responsável pelo processo afirmou que José Sócrates poderá ser chamado a Tribunal, acusado do crime de atentado contra o Estado de Direito, na sequência das escutas em que foi interceptado em conversas com várias pessoas ligadas aos negócios do sucateiro de Ovar, da Taguspark, com responsáveis de topo de uma empresa de telecomunicações e com o vice-presidente de um banco. A ordem de destruição das escutas não foi cumprida por ter por base uma decisão meramente política e não jurídica, já que a sua destruição poria em causa o desenrolar de todos os outros processos e o seu esclarecimento total, disse.
Este profissional dos meios judiciais acentuou que a Justiça tem vindo a ser descredibilizada, há vários anos, aos olhos dos portugueses, criando a ideia de que age na base de um claro favorecimento da classe política, nomeadamente, de quem exerce as funções de primeiro-ministro. Ora, sublinhou o procurador, ninguém está acima da lei e vivemos num Estado de Direito Democrático que pugna pela igualdade, liberdade e responsabilidade. Não é pelo facto de termos um primeiro-ministro demissionário que o processo avança, agora, mais célere e isso não significa também que o exercício de cargos políticos funcione como imunidade ou obstáculo à acção da Justiça e, ainda, que esta não pode ter dois pesos e duas medidas tratando de forma desigual governantes e governados. Sendo Portugal um país que faz parte da Comunidade Europeia, não faz sentido que os políticos de primeira linha não sejam chamados à Justiça quando, alegadamente, cometem crimes como acontece em França ou em Itália, por exemplo.
Por outro lado os procuradores que investigam o caso Freeport afirmaram que vão levar o processo até ao fim, doa a quem doer, de forma clara e transparente, dando a conhecer o destino dos largos milhares ou milhões de euros que, alegadamente, terão sido pagos para que a obra fosse autorizada naquele espaço, junto ao rio Tejo, imediatamente antes das eleições e com a aprovação dos limites da ZPE de forma, estranhamente, apressada. Os mesmos responsáveis estão agora na disposição de apresentar as tais vinte e sete perguntas a José Sócrates para que tudo seja esclarecido cabalmente. Não o tendo afirmado explicitamente, deram a entender que o caso poderá trazer grandes surpresas por estarem envolvidas outras grandes figuras da política que têm travado o processo.
Abordado sobre estas notícias que poderão trazer muitos dissabores ao ainda primeiro-ministro, José Sócrates limitou-se a dizer que já está habituado a que certos órgãos de comunicação social aproveitem a época de eleições para mais uma “ caça ao homem” e desencadearem mais uma campanha negra contra a sua pessoa cheia de ódios e de todo o tipo de ataques e perseguições pessoais, mas que isso não perturba a serenidade e determinação que sempre teve.