quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Debate mesquinho

O debate, na Assembleia da República de ontem (6-11-07), entre o chefe do governo, José Sócrates e o novo líder da bancada parlamentar do PSD, Santana Lopes, atraiu as atenções gerais. A avaliar pela reportagem apresentada nalguma comunicação social tratou-se de um debate mesquinho, uma espécie de ajuste de contas particular entre dois miúdos da escola. Foi, assim, uma coisa deste género:
“- Que pelintra me saíste, pá! Sempre apareceste?! Não te esqueças que eu é que mando! Olha o tal que esteve neste lugar e só fez asneiras! O povo, agora, escolheu-me a mim! Eu é que sou bom! Estou no poleiro e tu estás aí nessa posição inferior e miserável! Não te esqueças que foste escorraçado. És um derrotado, não venhas com ilusões, pá.”
“- E tu, quem pensas que és? Lembras-te do teu patrão ter levado isto tudo para o pântano? Tu eras um seu criado quando ele fugiu e nos deixou todos atolados e ainda estamos a pagar por isso. Quero ver se tu também vais fugir. Vamos ver no que isto dá nas próximas eleições. Quem irá ganhar, não serei eu, será o meu chefe que é muito melhor do que tu, seu presunçoso!”
Não é com debates destes que se discutem os verdadeiros problemas do país. Um chefe do governo deve ter uma visão da realidade acima das questões pessoais e partidárias e não se deve enervar com “faits divers”.